A Praia da Granja situa-se no litoral nortenho português, concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto..
Teve origem no lugar da Granja, freguesia de São Félix da Marinha, com a construção de uma quinta, em 1758, denominada a Quinta da Granja, mais tarde Quinta dos Ayres e hoje conhecida por Quinta do Bispo. Pertença dos frades crúzios do Mosteiro de Grijó, utilizavam-na como estância de convalescência e repouso, nas épocas de maior calor. É de notar, porém, que embora em Portugal o termo "granja" seja sinónimo de "quinta", o Lugar da Granja já existia na freguesia de São Félix da Marinha (também outrora chamado São Fins da Marinha) muito antes da Quinta da Granja ter sido construída, isto é, muito antes do século XVIII. Esse Lugar da Granja doutros tempos parece ter sido dividido, talvez com a vinda dos frades, em Granja de Cima e Praia da Granja. É, pois, possível que no local onde foi construída a Quinta da Granja, dos Ayres ou do Bispo tivesse existido uma quinta ou "granja" talvez pertencente à Igreja.
Praia
A mais aristocrática do litoral português, única que ficava deserta depois dos banhos. A Granja dos Ayres foi aos poucos tornando-se mais famosa, os grandes produtores dos vinhos do Porto começaram a frequentá-la. Calem, Burmester, Ferreirinha, Ramos Pinto, casas que ainda hoje ostentam o mesmo nome, apesar de terem as suas quintas no Douro, construíram casas de Veraneio na Granja. A Granja, praia de banhos tem agora mais ou menos 150 anos, tudo leva a crer que no passado, haveria na Granja uma salina ou marinha, lugar de recolha de água do mar para o fabrico de sal daí o nome dado á freguesia S. Félix da Marinha.
Sophia de Mello Breyner e a Granja
A poetisa Sophia de Mello Breyner afirma na sua ”Menina do Mar” “A granja é o sítio do mundo de que eu mais gosto. Há aqui qualquer alimento secreto”. Os verões passados na praia da granja e os jardins da casa da família
A Granja ainda hoje é um local de veraneio, com as suas casas senhoriais e coloridos chalés de verão, mas o tempo foi apagando os resquícios aristocráticos e elitistas do passado. A beleza da sua praia mantém-se, as ondas do mar espreguiçam calmamente a sua espuma branca pelo areal fino e as memórias daquela época ainda se podem ouvir nas histórias dos mais velhos.
Também eu passei muitas tardes de Verão na famosa piscina da Granja, bem juntinho ao mar. Para aceder às suas instalações tínhamos que desembolsar a módica quantia de 200 escudos, o que nos anos 80 era uma exorbitância, comparada com os 50 escudos que custava a entrada na vizinha piscina de Espinho...talvez fosse uma ténue tentativa para manter o espírito elitista do passado! Quem aqui passou as suas férias de Verão não esquece esta praia, este mar e a sua brisa.
Sophia de Mello Breyner fez da Granja a estrela dos seus poemas e das suas histórias e nunca a esqueceu:
Quando eu morrer
Voltarei para buscar
Os instantes que não vivi
Junto do mar.
(...)
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Capela Santa Cruz
1ª ou 2ª Fase de contrução da Capela da Granja
Capela de santa Cruz - Na sua 3ª fase - construida por Furctuoso Ayres e ampliada por ele e depois por seu filho D. António Ayres de Gouveia a quem pertencia na época em que foi tirada esta fotografia (1894 ou 1895)
3ª Fase de contrução da Capela da Granja
Capela Santa Cruz
Praceta José Santiago 142 (Rua da Estação)
Praia da Granja, Vila Nova de Gaia 4410