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Fructuoso José Silva Ayres

 

​1804-1881

 

​Nascimento em 1804 Ventosa, Vouzela​

​

Casou em 1826 Sto Ildefonso, Porto​

​

Morte Em 1881 Pr. da Granja
 

 

Fructuoso José Silva Ayres

 

​O fundador da Praia da Granja

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Tinha Fructuoso Ayres 57 anos, incompletos, quando comprou a Quinta da Granja, que pertencera em tempos aos frades Crúzios de Grijo; Depois da iniqua expulsão das ordens religiosas, aquela propriedade fôra integrada nos bens do estado e, seguidamente, arematada em hasta publica, por D. Ana Joaquina de Mello.

Esta senhora apenas a possuiu durante 3 anos, vendendo-a  José Antonio Alves Viana, casado D. Maria Gertudes de Sousa e Cunha.​

Pertenceu a familia durante 21 anos e, em 31 de Dezembro de 1860 passou finalmente, por escritura de venda, para as mãos de Fructuosos Ayres.

Ignoramos se aqueles proprietários utilizaram ou não a velha casa conventual. O que se verifica é que - apesar de terem adquirido mais algumas terras - nunca pensaram em se expandir para fora dos altos muros monásticos, ou criarem um novo nucleo habitacional para os lados do mar.

 

O Pedonal

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Foi aqui que pela primeira vez em Portugal surgiu uma rua pedonal, ladeada de jardins e árvores e com passeios elegantemente desenhados. Um sítio diferente, um local paradisíaco que Ramalho Urtigão descreveu como estação balnear da alta sociedade portuguesa de fins do século XIX e princípios do século XX, que se encheu de luxuosas vivendas, que definem por si toda uma arte de saber viver bem e requintadamente, típica de certa belle époque. A Granja é uma povoação diamante. Por esta elegante praia passaram e veranearam ilustres figuras: o rei D. Luís, a rainha Maria Pia e o infante D. Afonso, o rei D.Carlos e a rainha D.Amélia, o ilustre Grupo dos Cinco, do qual faziam parte Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Antero de Quental, Guerra Junqueiro e Eça de Queiróz, e famílias nobres do Porto, Lisboa e de todo o País. Os jornais de Lisboa e Porto referiam-se a esta praia  como sendo uma concha mimosa como a pétala de uma camélia; ninho feito de púrpura e perfumes. Já no século XX figuras publicas aqui passaram as suas férias de verão nas suas casas de família, entre as quais de destacam, Francisco Sá Carneiro e Sophia de Mello Breyner. Os descendentes de Eça de Queiróz também aqui viveram, na casa onde morreu a sua mulher  Emília de Castro Pamplona a 5 de Junho de 1934.

 

A praia


O ambiente que se vivia nesta praia do Norte de Portugal era de puro elitismo, tendo-se criado um mundo social e intelectual muito próprio, com uma forte identidade territorial. Em 1890, o Grilo de Gaya, um jornal local descreve muito bem ambiente: Têm chegado algumas famílias à praia da Granja, porém sempre as de costume: só fidalguias (...) Esta praia, talvez a mais bonita e saudável da nossa beira mar, torna-se tristonha sem alegria, porque muitos banhistas  preferem andar quase sós, não querendo gente de classe baixa que os estorvem. A Granja tornou-se num local privilegiado e elegante: local de cavalgadas, de quermesses, dos torneios de ténis e de cricket , dos bailes e concertos, das tardes de chá e bridge...um local de príncipes e  princesas, um local de conto de fadas.

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