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Sophia de Mello Breyner Andreson, grande vulto da literatura portuguesa contemporânea, nasceu de uma família aristocrática de ascendência dinamarquesa, no Porto, em 6 de Novembro de 1919. Mesmo antes de aprender a ler, o avô ensinou-a a recitar Camões e Antero de Quental. Foi no Porto e na praia da Granja que passou a sua infância e juventude. Motivos concretos e símbolos excepcionais para cantar o amor e o trágico da vida, foi-os buscar ao mar e aos pinhais que contemplou na Praia da Granja.

Em 1944, escreve numa carta a Miguel Torga: "(...)A Granja é o sítio do mundo de que eu mais gosto. Há aqui qualquer alimento secreto (...)"

Sophia de Mello Breyner passou os verões da sua infância e juventude na Praia da Granja, criando laços muito fortes com esta zona, à qual são feitas referências em algumas das suas obras.

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Eça, que frequentava esta zona por ser a estância balnear da alta sociedade do seu tempo, veio a conhecer a sua futura esposa, D. Emília de Castro Pamplona, na Praia da Granja. Nas suas cartas, tanto à sua noiva como a Ramalho Ortigão ou Oliveira Martins faz várias referências à praia:

"...querendo Deus, saio à noite deste infecto Porto. Talvez sexta-feira fique na Granja, a respirar o ar puro da verdade social que ali constantemente circula..." (carta de Eça a Oliveira Martins, 1884)

"...Ah, como eu gostaria de estar na Granja! (...) Ah, aí (...) o tempo está lindo, e tudo mais, incluindo o clássico céu azul..." (Carta de Eça à sua noiva, 1885)

Ramalho Ortigão declara-se um apaixonado por esta praia e dedica-lhe algumas páginas na sua obra Praias de Portugal.

"A Granja é uma povoação diamante, uma estação bijou, uma praia de algibeira. Ao chegar tem a gente vontade de a examinar ao microscópio; ao partir apetece levá-la na mala, entre as camisas, como um sachet."

"...é a mais graciosa, a mais fresca, a mais asseada das estações de recreio em Portugal."

"A povoação da Granja apresenta o aspecto de uma grande quinta particular, (...) ruas de jardim cuidadosamente varridas e areadas; moitas de hortências floridas ornando as escadas exteriores de cada prédio; maciços de rosas e de gerânios florindo os caminhos; (...), tudo isto numa rica moldura de pinhal, ampla e espessa como um caixilho de veludo genovês, verde escuro realçado pelo límpido espelhamento do mar."

"Os banhistas da Granja conhecem-se todos, apertam-se todos a mão, frequentam as casas uns dos outros, vivem finalmente em família. É tão agradável isto, que custa às vezes a suportar."

"Grupo dos Cinco"

A história do "grupo dos cinco" ( Eça de Queirós, Oliveira Martins, Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro) remonta as suas origens à Praia da Granja. Reuniam e conviviam na Assembleia (na altura Clube da Granja).

Outros

No século XIX a Granja é uma estância de veraneio, por lá passa toda a alta sociedade. Assim, as personalidades que frequentam esta zona e a praia são várias, desde Almeida Garrett aos reis D.Luís e D.Maria Pia. Mais tarde, viria a frequentar esta zona António de Oliveira Salazar.